No dia 26 de novembro, foi realizada uma reunião virtual no âmbito do projeto Europeu Constrution Blueprint, organizado pela Confederação Nacional de la Construcción (CNC) e pela Fundación Laboral de la Construcción, que, juntamente com o Grupo Consultivo Nacional, estão a expandir a Aliança para as Competências Setoriais no nosso país.
Alguns dos principais autores do setor da construção espanhola realizaram uma reunião virtual no dia 26 de novembro, no âmbito do projeto europeu Construction BluePrint, para discutir as barreiras que dificultam a implementação da eficiência energética, digitalização e economia circular na construção e a abordagem estratégica das competências profissionais na indústria da construção.
Participaram na reunião 31 representantes de diferentes organizações, das áreas de construção, formação e meio ambiente, além de sindicatos e associações patronais, entre outros, organizados pela CNC e Pela Fundación Laboral: Instituto Nacional de Qualificações (Incual); UGT-FICA; CCOO de Construção e Serviços; Centro de Formação Profissional do CRN para Construção e Obras Civis; o Conselho Geral de Arquitetura Técnica da Espanha (CGATE); a Federação das Empresas de Construção de Burgos e Múrcia; a Associação Nacional dos Distribuidores de Cerâmica e Materiais de Construção (Andimac); a Associação Nacional das Empresas de Obras Verticais e Altas (Anetva); a Universidade Politécnica de Madrid; o Escritório Espanhol de Mudanças Climáticas do Ministério da Transição Ecológica; o Instituto de Estudos Econômicos; a Associação Espanhola de Empresas de Engenharia, Consultoria e Serviços Tecnológicos (Tecniberia); a Associação de Construtores das Ilhas Baleares e Pontevedra; Pavimentos y Hormigones Carreras, SA; Ineco; a Unidade Técnica de Construção e Energia da Universidade de Zaragoza; o Conselho Superior das Associações de Arquitetos Espanhóis (CSCAE); e a Associação de Engenheiros Civis. Entre eles, também compareceram os membros do Grupo Consultivo Nacional (GAN) dos profissionais espanhóis da iniciativa Projeto construção, oficialmente formada no dia 26 de outubro.
O secretário-geral da CNC, José Pablo Martínez, foi o responsável pela abertura e apresentou o trabalho que, conjuntamente com a Fundación Laboral – líder de Projeto de Construção – e outras 23 instituições europeias, têm realizado desde o início de 2019, no desenvolvimento de um quadro estratégico para competências setoriais, que responde às necessidades atuais e futuras de qualificação dos profissionais da construção na União Europeia (UE).
“A razão de ser do projeto foi responder à Nova Agenda de Competências para a Europa, publicada em 2016 pela Comissão, que instituiu um Plano Geral de Cooperação Setorial no campo das competências, para criar alianças no setor -neste caso, construção- com o objetivo de detetar as necessidades do mercado e desenvolver soluções concretas”. Com essas palavras, Mª Ángeles Asenjo, diretora do Departamento de Projetos Internacionais da CNC, resumiu os objetivos das iniciativas do setor ‘Projeto’ e destacou os desafios que a Aliança de Projetos de Construção para Competências Setoriais está a promover com vista a transformar o setor europeu.
Desafios para a indústria da construção
Um dos principais desafios enfrentados pela indústria da construção civil é a gestão de resíduos e o fecho de seu ciclo sustentável. “Para isso, uma área onde nos focamos é a gestão de Resíduos de Construção e Demolição (C&DW). Nesse sentido, um resíduo potencialmente reciclável é um material com alta possibilidade de reintrodução no mercado”, disse Juan Diego Berjón, engenheiro e chefe do Serviço de Gestão de Resíduos de Valoriza Servicios Medioambientales do Grupo Sacyr.
Berjón explicou o impacto económico, social e ambiental que a gestão da CDW tem sobre o setor e destacou a importância do envolvimento dos trabalhadores: “A consciencialização da indústria, nesse sentido, implica a criação de novos perfis profissionais, como a figura dos agentes ambientais no local, com papel consultivo em termos de gestão e uso da CDW”.
Além disso, Berjón apontou a digitalização como uma forma de melhorar a rastreabilidade do desperdício: “É aqui que o BIM nos pode ajudar a melhorar as informações do produto e sua desvalorização”.
Continuando com esse raciocínio, Arturo Alarcón, chefe da Área de Sustentabilidade e Construção Sustentável e coordenador do Instituto Español del Cemento y sus Aplicaciones (Ieca), defendeu que “através de tecnologias podemos enfrentar os desafios da construção”, uma vez que segundo a sua experiência: “Com o BIM podemos integrar todas as informações sobre o edifício para que ele permaneça disponível ao longo de sua vida útil, e incluir todas as modificações no projeto, a fim de ter o estado mais atualizado do edifício”.
Por outro lado, Alarcón explorou a contribuição positiva que a ‘Internet das Coisas (IoT) oferece na construção, e deu como exemplo, os sensores permanentes colocados na estrutura dos edifícios para que eles nos informem sobre o estado dos materiais em tempo real.
No que diz respeito à melhoria do conforto e das condições climáticas do edifício, Silvia Soutullo, pesquisadora do Departamento de Energia da Unidade de Eficiência Energética em Edificações do Centro de Investigação Energética, Meio Ambiente e Tecnologia (Ciemat), ressaltou a importância de levar em conta o meio ambiente. “Analisar o clima e o ambiente urbano para poder definir os pontos críticos e tentar otimizar o funcionamento do prédio e realizar uma construção sustentável”, é o trabalho preliminar que deve ser realizado em reformas e edifícios sustentáveis, disse ela.
Status quo da transformação setorial
As apresentações deram lugar a um debate sobre o status quo desses três eixos da construção, liderados por José António Viejo, diretor da Área de Formação e Emprego da Fundación Laboral, no qual defendeu a importância que a economia circular terá na definição do ecossistema de construção nos próximos cinco anos, com a formação como principal força motriz para promovê-la e transferi-la para todos os níveis da cadeia de valor.
Através de uma consulta aos participantes, coletamos resultados interessantes. Em relação aos obstáculos que impedem a transição para a eficiência energética, os participantes estabeleceram como principais critérios: a escassa consciência social, seguida pelo excesso de burocracia e a falta de planos que promovam políticas de construção sustentáveis, entre outros. Por outro lado, destacou-se o papel dos consumidores como principal força motriz na promoção da construção sustentável.
Outros impedimentos que foram colocados sobre a mesa para fazer a digitalização do setor são: falta de conhecimento do valor competitivo oferecido pelo uso da tecnologia, reticência à mudança por parte dos trabalhadores, investimento económico envolvido ou falta de conhecimento por parte dos profissionais sobre as políticas e auxílios existentes para digitalizar empresas e para reabilitação eficiente.
Mais da metade dos presentes disse que o BIM tem um papel fundamental na implementação dos princípios da economia circular no setor.